quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Tomar café com açúcar é errado???

"Não é errado, mas quando se trata de um café gourmet
é mais prazeroso sem açucar."
Jardel e Bruno Santos do grupo Café & Prosa
Costumo dizer que o café gourmet é como o vinho fino. E é assim que ele é. Cheio de complexos atributos no sabor, no aroma, na textura.
De um café como este podemos esperar muitas surpresas. Assim, se resolvemos nos aventurar na sua degustação e adicionamos qualquer outra substância que possa alterar esses atributos, estaremos deixando de conhecer o sabor, o aroma, a textura e tudo o mais que nos fez pedir aquela xícara, tudo que nos atraiu até aquele néctar. Tudo que faz daquele café um nobre gourmet.
Eu pessoalmente, se bebo um café com açucar (e já o fiz, pois gosto de vivenciar para poder falar), sinto um forte sabor de cana de açucar cobrindo o sabor real da bebida. Mascaram-se tudo que há de verdade naquele café.
Degustar um café sem açucar, no inicio é estranho para quem nunca arriscou ou o fez por poucas vezes. Mas, se você quer passar a degustar o café tal qual ele se apresenta naturalmente, em toda sua plenitude, sem alterações no sabor, mas ainda lhe é dificil beber uma xícara inteira: peça um curto! é menos café (e melhor). Ou, se mesmo assim não dá - até porque o curto seria mais concentrado, comprometa-se consigo mesmo, em beber os três ou cinco primeiros goles sem adoçar. E vá tentando entender a bebida. Depois adoçe.
E se comprometa a partir de então, a cada vez que beber um espresso aumentar um gole sem adoçar.

Beba bons cafés. E lhe garanto, logo irá mudar de opinião.

Este post é dedicado ao Eduardo Freire de Oliveira. Um convertido ao Delicioso Mundo dos Espressos Sem Açucar. E olha que ele sequer bebia café antes do curso! - Só gostava do cheiro - como ele mesmo faz questão de falar.
Abraço. café e muita paz.

Um ristretto por favor!!
Se quiserem falar sobre o assunto, criticar, concordar ou discordar, comentem no blog ou escrevam para o 9bar.br@gmail.com

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

VI Salão de Turismo de São Paulo


No dia 12 de Julho teve início o 6° Salão de Turismo de São Paulo, evento de grande porte realizado no Pavilhão de feiras do Anhembi.
Fui convidado pela COOPERBIO - Cooperativa de Produtores de Cafés Orgânicos da Chapada Diamantina, para apresentar os cafés de três produtores integrantes do grupo. Cafés produzidos em altitudes diferentes, portanto com perfis diferenciados.
A cooperativa lançou assim a marca Serras da Chapada que unifica em uma bela embalagem e rótulo padronizado, cafés orgânicos de excelente qualidade. De uma terra que já conta com algumas premiações incluindo por algumas vezes, a de melhor café do Brasil, apresento-lhes aqui os cafés Serras da Chapada.

O primeiro café, servido nos dois primeiros dias foi um café do município de Piatã, região cujo produto já foi eleito por cinco vezes como os melhores cafés do Brasil. Embora este especificamente, não tenha sido um destes premiados – o que acredito que não ocorreu até então, pelo fato de não haver ainda um concurso para orgânicos.
O café é da Fazenda Flor de Café, propriedade da Senhora Maria Brígida. O café produzido neste lindo recanto cravado ao lado da Serra da Tromba um dos pontos mais altos da cidadezinha que está localizada a cerca de 1400mt de altitude, possui possui um aroma muito agradável e intenso, floral. Com uma torra média – escura, como foi apresentado naquele evento, consegui perceber algo entre ‘melaço de cana e caramelo’ no sabor, um retrogosto maravilhoso foi impresso em minhas papilas e até hoje lembro dele, -assim como agora.

Eu e o produtor Zezito Duarte, Fazenda Riachinho - Vale do Capão

O segundo café, servido nos terceiro e quarto dias de feira, foi um café da Serra do Sincorá. Para quem não conhece, a Serra do Sincorá está localizada no município de Palmeiras a cinco quilômetros do Vale do Capão que é sub-distrito desta cidade e é muito famoso pelo mundo devido à beleza das suas cachoeiras, trilhas e rios. Vale aqui destacar a Cachoeira da Fumaça que fica bem perto da produção deste café. Uma queda d’água de 370 mt de altura, uma das mais lindas e altas do Brasil. Perto dali – como falei, está a Fazenda Riachinho, propriedade de produção familiar orgânica que pertence ao Zezito Duarte, um – como ele faz questão de dizer – ex paulistano que já conhece a Chapada Diamantina a mais de trinta anos.
Na Riachinho se produz muitas coisas, frutas, legumes e cogumelos exóticos de refinado sabor. Tudo é feito com muito carinho e a atenção que se deve para a obtenção de um bom produto orgânico. E evidentemente, entre tantas culturas de excelente qualidade, se produz também o nosso grande tesouro, a principal razão do nosso papo, o café.
O café produzido na Fazenda Riachinho nasce a uma altitude de 990 mts, e impressionantemente apresenta uma fresca acidez cítrica que aliada à sua destacada doçura, muito me fez lembrar tangerinas. O aroma dos grãos peneira 16 que coloquei na cúpula do moinho, era também muito intenso e a mim, lembraram mel e flores no momento em que despejei a embalagem inundando o ambiente e atraindo todos que ali passavam. No sabor pude sentir algo que lembrou algo cítrico com chocolate amargo e uma finalização que me fez beber mais e mais deste néctar.

No último dia servi o café do município de Catolés – Abaíra. Terra de uma das melhores cachaças do Brasil . Cafés produzidos a uma altitude média de 1200m perfeita para os cafés de qualidade na fazenda do Mariano um produtor cuidadoso que sabe o valor do seu produto. Desta fazenda se tem acesso à trilha do Pico do Barbado, que é o ponto mais alto do Nordeste.
Este café aromatizou o ambiente com com caramelo no momento em que abri a primeira embalagem. Com grãos de bom tamanho - um café irrigado – produziu muita crema na extração. A cor e o brilho da superfície deste café lembrava uma avelã daquelas que só se encontra nas melhores feiras. Todos os espressos “tigrados”. Impressionante! O sabor deste café que remetia a minha apreciação a mel de engenho e por vezes a algo floral, permaneceu por um bom tempo me fazendo salivar e me levou a novas degustações. Inesquecível

Todos estes espressos foram extraídos numa máquina La Cimbali M29 START em perfeito estado, que foi gentilmente disponibilizada pela BLEND EXPRESS, empresa que comercializa, aluga e dá manutenção em máquinas de espressos, através do SEBRAE que contactou o meu amigo Peterson em Salvador que prontamente acionou o Ronaldo lá na cidade onde estávamos. Os funcionários, André e o José (barista), foram extremamente solícitos e nos deu total atenção para a instalação do equipamento. Sanando inclusive um pequeno problema que surgiu referente aos pontos de energia disponibilizados pelo pavilhão de feira.
Foram cinco dias de degustação e contatos.

A COOPERBIO – Cooperativa de Cafés Orgânicos e Biodinâmicos de Qualidade, da Chapada Diamantina participou do VI Salão do Turismo realizado no Anhembi na cidade de São Paulo de 13 a 17 de julho. A cooperativa foi escolhida entre os empreendimentos de destaque no evento para fazer uma entrevista ao vivo no Stand do Salão do Turismo no Anhembi.

“Na manhã de 13 de julho, Brígida Salgado (membro da Cooperbio/Fazenda Flor de Café – Malhada de Areia) deu uma entrevista no Programa Globo Rural da TV Globo [CLIQUE AQUI E ASSISTA], ao que um dos grandes nomes da cafeicultura brasileira, Professor Juarez de Sousa e Silva, fez questão de parabenizá-la afirmando concordar com a entrevistada sobre “a qualidade e potencialidade do café da Chapada Diamantina. Sempre digo que Piatã e adjacências só precisam de carinho e vontade política para que seus cafés possam competir com qualquer café do mundo.”

O produto tem o Selo da Agricultura Familiar, além de todas as características e qualidades de um produto orgânico (sem adubo químico nem agrotóxico, recebe cuidados especiais de higiene em todas as etapas de processamento e sua cultura é feita com a preocupação em preservar a flora e a fauna da região). “Nosso produto tem qualidade e agrega valor”, diz Brígida Salgado, agricultora familiar e diretora da Cooperbio. Ela conta que, para a comercialização do café, a cooperativa começou a trabalhar os rótulos e as embalagens, visando eventos e oportunidades futuras, como a possibilidade de colocar o produto em bares, restaurantes e empreendimentos que atendem a turistas.

Além dos cafés preparados, me foi solicitada a elaboração de um drink com cafá para um coquetel realizado pela Bahiatursa durante a feira. Lancei mão dos recursos dos quais dispunha no momento e aproveitando a presença do estande da Cahaça de Abaíra no local. Elaborei uma bebida onde mesclei espressos feitos com os cafés Serras da Chapada, cachaça selo prata de Abaíra, leite condensado, e um suco de tangerina orgânico concentrado que foi gentilmente cedido pelo Martin, proprietário da Ecocitrus, produzido na Casa da Atafona no estado do Rio Grande do Sul em Santos Reis - Montenegro. Um suco de qualidade incontestável, do qual sinto saudades. Ainda bem que degustei excessivamente!...rs.
Não pude estar presente no Coquetel por estar muito ocupado no estande, mas soube pelos representantes da Bahiatursa e pela Sra. Brígida, que o drink deliciou a todos. O que não poderia ser diferente. Com produtos como os que utilizei, um sabor gourmet estava certamente garantido.

O evento teve um resultado positivo. Muitos contatos foram feitos pela Cooperbio. E acredito, já estão sendo movimentados.
Também fiz alguns contatos e em breve devo-lhes informar sobre boas movimentações.

Desculpem o enorme atraso nesta postagem. Não seio que ocorreu com o blog por esses tempos. Não consegui postar absolutamente nada. Mas enfim...
Aqui estou eu de volta.
Logo postarei novidades sobre a Cooperbio e outras sobre o café na Bahia, no Brasil e no mundo.

Um ristretto por favor!!

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