domingo, 27 de fevereiro de 2011

Formada a primeira turma de baristas da Companhia de Talentos

11/12/2010 19:31

Primeira turma de baristas da Companhia de Talentos formada no dia 10 de Dezembro de 2010.


A Companhia de Talentos, escola de qualificação profissional da LCB Consultoria, oferece uma série de cursos dentre os quais está o de baristas que é divulgado neste blog e onde eu ministro as aulas. No último dia 10 foi concluída a primeira turma que reuniu sete alunos.
Numa turma bem diversificada no que diz respeito aos interesses, fiquei feliz em observar que o time incluía desde apreciadores, interessados em conhecer melhor este produto que os deleita até produtores de cafés já preimados em concurso, que tem o interesse em conhecer o que acontece com o café (como é tratado) que produz depois que ele saí da fazenda. Além disso, alunos que já trabalhavam na função de barista e estão buscando aprimoramento profissional.
Tenho a honra de contar com um cast fenomenal de parceiros para a realização dos cursos cujos nomes não posso deixar de citar aqui:

CASA CAFÉ CAFÉMAQ
CAFÉ ASTRO ITALIAN COFFE
CAFÉ LENÇÓIS EMPÓRIO ART CAFÉ
ARTE CAFÉ NESTLÊ
CAFÉ BBC CAMPARI
CAFÉ NATURA GOURMET BATAVO

Graças a eles, os alunos da Companhia de Talentos têm acesso a uma grande variedade de marcas e portanto, sabores, aromas, torras diferenciadas, moagens o que os oportuniza em um sem número de nuances nas extrações. Embalagens, válvulas, origens e vários outros detalhes que colaboram com grande importância na formação de um barista. Máquinas de marcas diferentes, disponibilizam para o barista um leque de variações nas extrações, assim como os diferentes moinhos.
Um time muito interessado! Foi como se apresentou esta turma de baristas da Companhia de Talentos. Vontade de aprender, curiosidade e o que mais me deixou satisfeito, paixão pelo café. Isto era facilmente visto nos olhos destes novos baristas.

Em breve estaremos formando mais uma turma. E certamente com esta mesma paixão.

Um ristretto por favor!

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Borra de café será transformada em biodiesel em Portugal

23/11/2010

Borra de café será transformada em biodiesel em Portugal



Projeto inovador investiga a reutilização energética da borra de café
A Delta Cafés tem em curso um projeto inovador a nível ibérico para valorizar borras de café, que investiga a sua reutilização energética e possível reaproveitamento para extração de óleos e antioxidantes, gerando subprodutos de valor comercial, de acordo com a agência Lusa.
A iniciativa, intitulada ReThink Eco-Project: Redução, Reutilização, Reciclagem e Valorização de Resíduos da Indústria do Café, insere-se no Programa de Sustentabilidade \"Planeta Delta\".
Financiado pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), o projeto arrancou em 2009 e só termina em Março de 2011, explicou o diretor de Inovação da Delta Cafés, Marco Miranda.
A empresa, por enquanto, disse, está centrada na valorização dos resíduos das cápsulas de café Delta Q, nas borras e também no plástico das embalagens - e na otimização da logística de recolha desses resíduos.
Embora ainda sem dados finais, o responsável garantiu que, da borra, é possível extrair elementos ricos, como óleos essenciais e para a produção de biodiesel e indústria de produtos naturais, e também antioxidantes, já que muitos dos produtos anticelulíticos e de beleza têm como componente ativa a cafeína.
"Sabemos também que, se queimarmos a borra, para produção de vapor e co-geração, podemos reincorporar energia nas nossas instalações. Ou, então, podemos criar biogás, utilizando-o igualmente como fonte de energia", acrescentou.
A Delta Cafés já desenhou recipientes próprios para deposição das cápsulas usadas, chamados "capsulões", distribuídos, por exemplo, na lojas Delta Q e nos 22 departamentos comerciais nas principais capitais de distrito.
No futuro, depois de a investigação definir quais as soluções economicamente viáveis para valorização da borra, a Delta equaciona alargar o projeto ao canal Horeca e, assim, recolher os resíduos dos cafés, restaurantes e bares.


fonte: Revista Cafeicultura

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Curso de Barista em Salvador !!

Curso de Barista em Salvador !!
15/11/2010


Olá a todos,
as inscrições para o curso de barista, cujas aulas serão ministradas por mim na Companhia de Talentos já estão abertas.
Segue abaixo o infomail que está circulando para divulgação. Espero vê-los por lá.
Abraço.
A Bahia é hoje, o berço dos melhores cafés do Brasil. Este fato vem fomentando o segmento dos cafés especiais. Assim, a cada dia vemos crescer no nosso estado o número de cafeterias, principal local de atuação do barista, profissional de extrema importância, especializado na cadeia produtiva do café.
Público Alvo : Recomendado para profissionais da área de Gastronomia (cafés,bares e restaurantes) que ainda não tenham experiência como baristas ou que estejam buscando uma reciclagem e aos interessados em aprender sobre o universo mágico do café.

Conteúdo:
O Café Brasil e no Mundo
O Profissional Barista
Introdução ao Café Especial
  • A Máquina e o Moinho
  • Espressos e Capuccinos
- Teoria da extração do espresso
- Regulagem do moinho e vaporização
- Prática
  • Latte Art (teoria e prática)
  • Bebidas Especiais à base de café

Período : 29/11 a 03/12
Horário : 14 às 17h
Investimento : R$ 250,00
Facilitador: Wylsel S. Sacramento (Zen)
Local : Av. Waldemar Falcão 335 –Ed. Empresarial Press Color, Sl. 201 Horto Florestal


Tel: 3334-1288


Entre em contato conosco e faça a sua inscrição!


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BRASILEIRÃO 2010 IV

18/11/2010

BRASILEIRÃO 2010 IV


Aconteceu pela primeira vez uma etapa do Campeonato Brasileiro de Baristas no estado do Espirito Santo.
A barista Simone Bolssoni Alves, do Café Meridiano, venceu o 1º Campeonato Estadual de Barista, realizado nos dias 12, 13 e 14 de agosto no Pavilhão 1 do Espaço CafES da Gran ExpoES 2010, a 34ª Exposição Estadual Agropecuária, realizada no Centro de Convenções de Carapina. Ela agora disputa a etapa nacional da competição.
O Meridiano participou do Campeonato, primeiro no Estado voltado a baristas capixabas e realizado com a participação do Sindicato do Comércio de Café em Geral do Estado do Espírito Santo (Sindicafé), com duas baristas. Ângela Pereira, outra profissional da empresa, ficou em 4º lugar após a decisão do dia 14.
O campeonato foi disputado por 14 participantes, considerados os melhores profissionais do Estado. Os dias 12 e 13 foram das eliminatórias, que classificaram seis finalistas. O dia 14 foi o da decisão, anunciada pelo júri de sete especialistas, dentre avaliadores sensoriais, técnicos e a presidente do júri, por volta das 17 horas. Dentre os julgadores havia especialistas do Espírito Santo, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Simone venceu tendo que participar do longo ritual dos campeonatos oficiais de baristas: 15 minutos de treinamento em espaço reservado, mais 15 de preparação na área de competição da Arena do Campeonato e, por fim, os 15 minutos em que deve preparar quatro cafés espressos, quatro cappuccinos italianos e a bebida com café desenvolvida por ela mesma especificamente para aquela competição.
Durante esse tempo, competindo contra relógio, o barista precisa preparar as 12 porções sem errar e obedecendo a toda a técnica dos cafés espressos. Os julgadores (árbitros sensoriais e a presidente do júri) provam todas as bebidas, pois elas precisam atender aos preceitos de qualidade e sabor exigidos internacionalmente.
Simone desenvolveu para a ocasião a bebida “Rio Doce”, homenagem à região onde está o Meridiano, em Colatina, e composta por café espresso, mamão papaia (produto que homenageia a fruticultura capixaba), suco de laranja e leite condensado para enfeitar. A bebida é servida morna, cerca de 25 graus, em taça de 100 mililitros.
O Campeonato de Baristas contou com a organização técnica da Associação Brasileira de Café e Barista (ACBB), patrocínio de máquina oficial da Cafemaq/LaSpaziale, e participações do Sindicafé e Centro de Comércio de Café de Vitória (CCCV), por intermédio de suas entidades afiliadas.
1°Simone Bolsoni : 716
2°Márcia Muniz : 696
3°Luiz Galvão : 687,5
4°Angela Pereira : 613
5° Daniela Goés : 583,5
6° WerlenCArvalho - DESCLASSIFICADO POR TEMPO

Considero mais um motivo para os baristas brasileiros comemorarem. Que tenhamos a cada novo ano, novos estados e novos competidores!


Um ristretto por favor!

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BRASILEIRÃO 2010 III

10/11/2010

BRASILEIRÃO 2010 III


Etapa Mineira do Brasileiro de Braistas está chegando, e tem total apoio de empresários do segmento.

Uma iniciativa maravilhosa por parte de empresários mineiros envolvidos no universo do café, e que entendem a importância da profissão de baristas para o seu negócio, trouxe para os baristas mineiros uma possibilidade de estarem melhor preparados para encarar a tensão e o nervosismo que arrebata todo e qualquer competidor num campeonato. Principalmente para os que não tem a possibilidade de treinar por não encontrar muito apoio dos seus patrões, o que ainda é comum segundo depoimentos de alguns colegas.
A MUNDO CAFÉ - MANUTENÇÃO E VENDA DE MÁQUINAS PARA ESPRESSO E EQUIPAMENTOS PARA BARISTAS, juntamente com o CAFÉ BRAÚNA - CAFÉ TORRADO E EM GRÃOS PARA ESPRESSO e o CLUBE BARISTA de Minas Gerais numa grande parceria, disponibilizaram gratuitamente para que qualquer barista que esteja interessado em participar da etapa regional mineira, um espaço para que possam treinar sem se preocupar em desembolsar grana para aluguel de espaço, com falta de equipamentos, de insumos ou de utensílios. Grandes problemas que são enfrentados por muitos baristas que desejam competir, em todos os estados onde acontecem as regionais.
O Espaço Barista, como foi batizado o lugar que se encontra dentro do Aleph Cafés, terá uma máquina de espresso e um moinho numa sala exclusiva para o treinamento dos baristas a partir do dia 16 de novembro. Será estruturado tal qual a estação onde os baristas se apresentam no decorrer do campeonato, com direito a mesa de apoio e mesa para os juízes. O barista deverá fazer um agendamento de acordo com a disponibilidade do lugar e deverão ser observadas algumas normas de uso.


Maiores informações entre em contato com os e-mails:
helga.barista@gmail.com (período da manhã e finais de semana) e
urjelm@gmail.com (tarde e noite).
Um campeonato de baristas para muitos profissionais, se inicia muito antes do momento em que ele ergue o braço diante dos juízes na estação. Muitas vezes começa a tensão quando resolve que irá competir ou quando muitas vezes é levado pelo patrão a se inscrever para a competição representando o etabeleciemnto em que trabalha, mesmo não se sentindo preparado ou à vontade para fazê- lo. E muitas vezes encontra a participação deste apenas no primeiro momento (a inscrição), depois ele é quem tem que correr atrás para tentar se preparar para competir. Faço esta afirmação baseado em depoimentos de alguns baristas vítimas desta situação, não apenas aqui na Bahia. Sem o apoio necessário, não tem espaço nem tempo para treinar.
Aqui na Bahia conheço algumas histórias deste tipo e não consigo entender, porquê, com tantas cafeterias, marcas de máquinas já presentes na cidade, marcas de café e empresários interessados em publicidade gratuita, iniciativas como esta não acontecem na terra dos melhores cafés do Brasil.
Na verdade acredito sim, numa mudança de panorama. Mas o meu maior questionamento é a respeito dos empresários, donos de cafeterias que não possibilitam para os seus baristas, que são os portas estandartes dos seus negócios, um treinamento decente e tranquilo para que ele possam estar seguros e bem preparados para competir conscientes do que estão fazendo ali na frente da bancada.
Mais uma vez informo a todos, que este modesto espaço (este blog), está muito interessado em promover gratuitamente, qualquer empresário que tenha preocupação real com a qualidade e o conhecimento do seu barista.
Tomem como exemplo esta iniciativa comentada acima, sacudam a poeira e façam diferença no mercado e perante os seus fiéis clientes. eles sentirão a diferença quando virem o seu barista sorrindo mais e de uma maneira diferente.
Aos baristas um toque:
As Regionais são boas oportunidades para trocar experiências, conhecer outros baristas e receber dicas de profissionais de peso para melhorar nossas técnicas e trabalhar cada vez melhor. Não deixe de participar! Converse com o proprietário do estabeleciemnto onde trabalha e comece a se preparar para o próximo ano. E não se esqueça!! Estude muito! A certificação nacional está vindo aí.
Abraço a todos e muita paz.

Um ristretto por favor!

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BRASILEIRÃO 2010 II
03/11/2010

Etapa baiana do Campeonato Brasileiro de Baristas 2010 chega ao fim.

Olá a todos!
Com algum atraso, venho lhes informar que o camponato de baristas etpa Bahia, já aconteceu. rs Todos já devem saber.
Como estou com pouco tempo agora (mas achei quer ja estava passando do tempo), pra não ficar devendo, falarei aqui rapidamente sobre o panorama que senti. E antes de tudo o resultado, se é que já não sabem.
1º Lugar - Luis Fernando barista da Casa Café, mais uma vez arrebatou o topo da Bahia
2º Lugar - A Lorena do Feito a Grão
3º Lugar - O Bruno Santos também do Feito a Grão cafeteria que sempre comparece em massa e bem incentivada pelo grande Marcelo.
Tivemos um nívell muito melhor este ano, mais competitivo. Talvez por isso um número bem menor de inscritos, apenas 10 baristas competiram, o que leio como um sinal de "nivelamento". O que não é mal, mas que também não é tão bom.
Como falei, o nível foi bom na minha concepção, principalmente se focarmos na competição e não tanto no barismo. Não que não tenhamos tido barismo de alto nível no quesito prática - aí sim, temos afiadas mãos trabalhando. Mas no quesito conhecimento vejo que ainda estamos engatinhando. Mesclado ao clássico nervosismo, uma certa dificuldade em expressar-se sobre o objetivo da apresentação toma ainda conta dos nossos baristas na Bahia.
Vamos estudar baristas. Vamos nos preencher desses conhecimentos que queremos apresentar em cada campeonato. Vamos respirar maisi café.
Voltarei em breve para comentar mais um pouquinho e postar fotos que fiz lá.

Um ristretto por favor!

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Salteando, pra ficar bom...

26/10/2010

Salteando, pra ficar bom...



Uma criança estava sendo gerada dentro de uma mulher.
Essa mulher levou um bom tempo para escolher o nome de criança. Demorou.
E numa noite agradável, numa conversa por telefone, depois de muita elocubração e risadas por causa dos vários nomes que vinham surgindo, nasceu finalmente a criança, ao mesmo tempo que era nomeado. E o nome escolhido foi:

Salteando & CIa.

Um blog maravilhoso e com uma intenção delicosa: levar para os amantes da gastrônomia, no seu mais amplo sentido, o incrível sabor e aroma que se sente ao degustar conhecimento e paixão pelo que se faz.

Paula Bandeira faz isso com satisfação e orgulho da sua profissão. Hoje, grande consultora em gastronomia, barista e expert em patisserie, deixa sempre bem claro e com um orgulho nos olhos, que é uma cozinheira.

Formada pelo SENAC - Casa do Comércio a alguns anos, apenas, soube usar muito bem todos os recursos de conhecimento que lhe foram transmitidos. Grande dominadora da alquimia gastronômica, preza pelos "frutos da terra brasilis" e enxerga cada minuncia das possibilidades de se fazer altíssima gastronomia com o que é nosso, com o que é do Brasil.

Conhece a cozinha como a palma da sua mão e realiza sonhos de pessoas como eu, amantes dos sabores, aromas, cores e texturas, como ela adora falar.

Não perca tempo! Acesse agora mesmo o Salteanto & Cia, e perceba a boca se inundar com os deliciosos textos e sugestões que irá encontrar naquele forno maravilhoso.

Um ristretto por favor! (ah!...e um alfajor...)

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Certificação de Baristas II

19/10/2010

Certificação de Baristas II

Olá a todos,
Como informei que faria no post anterior, sobre este assunto, estive em contato com a ACBB solicitando informações sobre o Programa de Certificação Nacional de Baristas. Quis saber se haveriam as provas de certificação na etapa regional do Campeonato de Baristas aqui em Salvador. Fui gentilmente atendido pelo Edgard Bressani, que é membro do corpo de juízes da ACBB – Associação Campeonato Brasileiro de Barista. O Edgard me informou que a associação está cogitando realizar as provas na Etapa Salvador este ano. A condição para que aconteçam, é ter numero suficiente de inscritos. A turma só poderá ser fechada com um número de vinte inscritos. A etapa do campeonato acontecerá na semana que vem, a partir do dia 27, no espaço Café Brasil dentro da FISPAL BAHIA, no Centro de Convenções da Bahia.
Espero ver todos por lá, apoiando e acompanhando os nossos colegas baristas nesta competição que é muito saudável, bebendo café e aprendendo muito.
Fiquem ligados colegas! Estejam preparados e realizem sas suas inscrições. Não há uma certeza sobre esta possibilidade, mas, se se considera preparado para realizar tal prova, inscreva-se e e aguarde para participar. Não esqueçam! Precisamos nos qualificar, para nos valorizarmos cada vez mais. Estudem! E se estiverem seguros, certifiquem-se. Vale a pena ao menos testar os seus conhecimentos numa prova como esta. Para que aconteça, só depende da nossa inscrição.

Um ristretto por favor!

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Certificação de Baristas I

02/10/2010

Certificação de Baristas I

Baristas Baianos não têm Conhecimento Sobre Certificação!!

Ano passado fui visitar a Fispal Bahia no Centro de Convenções de Salvador. Para quem não conhece, a Fispal é a mais importante feira de embalagens, processos e logistica para as indústrias de alimentos e bebidas da América Latina. Desta feira surgiu a Fispal Bahia, que é "o único evento da região Nordeste que integra toda a cadeia da alimentação, desde a matéria-prima, até a comercialização, e agrega valor à produção regional. Em apenas 4 dias, a feira reúne profissionais da indústria, do varejo e do mercado da alimentação fora do lar, que buscam atualizar-se sobre tendências e expandir seus negócios."

Dentro desta feira acontece o Espaço Café Brasil onde se encontram produtores, torrefadores, empresários e profissionais do seguimento de cafés especiais. proprietários de cafeterias, marcas de café, e de máquinas, baristas e todos os amantes do grão. E a grande atração que acontece neste espaço é o Campeonato Brasileiro de Baristas - Etapa Regional. Esta foi uma das coisas que me atraíram para lá.

Um assunto em especial me fez ir de qualquer maneira ao Centro de Convenções de Salvador naqueles dias, um assunto nada divulgado para os baristas de Salvador e nada apoiado pelos empresários do seguimento. A Certificação Nacional de Baristas. Você sabia que isso existia?

Pois é, como assíduo leitor do site da ACBB, fiquei informado naquele mesmo ano, sobre a criação desta ferramenta de grande importância para nós profissionais dedicados. E inclusive – e para a surpresa de todos - soube também, que iria haver uma etapa desta certificação aqui na nossa cidade bem no meio daquele evento. Data marcada e noticiada no site da ACBB.

A Associação Brasileira de Café e Barista lançou em 2009 o "Programa Nacional de Certificação de Baristas", que tem como objetivo avaliar o conhecimento e desempenho do profissional, independentemente do local onde o barista tenha feito curso.

A Certificação tem 3 níveis com dificuldades distintas. A primeira certificação da ACBB é a de Barista Básico (nível 1), para o qual podem se inscrever aqueles que trabalham com café em cafeterias, torrefações, fazendas produtoras ou outros pontos de consumo.

O candidato passa por um teste escrito e exame prático para avaliação dos conhecimentos básicos. Um certificado e pin é conferido àqueles que passarem nos exames.

A certificação acontece dentro das Etapas Regionais do Campeonato Brasileiro de Barista e sempre que turmas de 20 candidatos são formadas.

Inscrições: Somente são aceitas inscrições através do e-mail diretoria@acbb.com.br
Os interessados em fazer a cerificação devem avaliar o calendário das Etapas Regionais, entrar em contato com a ACBB, encaminhar sua inscrição e pagar através de boleto bancário emitido pela ACBB.

Valor: é cobrado um valor de R$ 80,00 para associados e R$ 120,00 para não-associados.

Chegando ao local onde estavam montadas as estações para a realização do campeonato, observei que nenhum movimento acontecia que pudesse ser considerado sinal de que a avaliação fosse acontecer. Estavam no local a Silvia Magalhães, a Cléia Junqueira e a Silvana Leite. Todas componentes do Comitê de Certificação. Me aproximei do lugar e fiquei observando. Percebendo que nenhuma referência estava sendo feita ao programa decidi me informar. Numa conversa com a Silvana Leite, que me pareceu surpresa por eu estar sabendo sobre a certificação, ela me contou com certo pesar, que infelizmente a avaliação não aconteceria naquele ano porque as empresas de máquinas de espresso que foram contactadas no intuito de formar uma parceria neste evento, disseram que não poderiam disponibilizar equipamento.
Que interessante isso! Será que conseguriamos máquinas para divulgar como A MÁQUINA DO CAMPEONATO, caso fosse esta a necessidade?

È interessante ver como nos outros estados os baristas vão se certificando a cada regional que acontece, e que para isso não falta equipamento nem boa vontade.

Devo dizer, que temos muita culpa - nós baristas - sobre a não realização de importantes eventos como este. Por que para que haja de fato uma certificação na Bahia, precisamos ter pleno domínio dos assuntos que constituem a nossa profissão. Precisamos saber o valor que temos, para que os empresários e todas as pessoas envolvidas neste universo, nos valorize, não somente nos períodos de campeonato. (não quero com isso, dizer que não existem empresários na nossa cidade que não reconhecem o valor de um bom profissional). Precisamos sobretudo, conhecer o café, entendermos a importância desta riqueza, que é a razão da nossa profissão existir, para a nossa vida profissional e além dela. E sei que podemos contar nos dedos a quantidade de baristas em Salvador que estão preparados para serem avaliados dentro dos moldes do Programa Nacional de Cretificação de Baristas, sobre qual quero frisar, considero muito justo e bem elaborado.

E registro também o protesto/apelo aos empresários: Se pararem um pouquinho para observar, a qualificação deste profissional certamente trará lucros em todos os sentidos para todos nós. Incentivem os vossos baristas a estudarem, levem-nos a uma fazenda para conhecerem uma produção de café e todas as etapas da cadeia produtiva, apresentem-nos aquelas informações às quais certamente os senhores têm acesso e que talvez não seja tão fácil para eles por uma série de motivos, que incluem jornada de trabalho, descobrirem. Percebam que tudo isso trará para você sempre um grande retorno, seja no caixa, no serviço ou ainda no reconhecimento do seu estabelecimento. E saiba que esse reconhecimento virá primeiramente dele, que já é o grande divulgador do seu café e quando sentir o gosto do reconhecimento pela sua dedicação certamente o fará muito mais e com mais prazer. Informem os seus baristas sobre, e participem como puderem desta realização que é a certificação do barista. Isso trará brilho para o seu negócio.

Garanto que empresários com esta visão, terão sempre publicidade gratuita neste blog, - ainda que este não seja uma mídia de poder gigantesco, mas que garanto, é um espaço que tem a intenção de unir e promover todas as coisas e pessoas que trabalham e torcem pelos cafés do Brasil.

Ainda não tive informções sobre o programa para este ano. Se acontecerá ou não ainda não sei. Espero que sim! E espero estar enganado sobre a quantidade de baristas capacitados para encararem o programa. Contactarei pessoas envolvidas no assunto e colocarei aqui em breve notas sobre as provas.

Baristas, estudem! Qualifiquem-se! E vamos nos fazer baristas compatíveis com o nível de qualidade dos nossos cafés baianos, os melhores cafés do Brasil.

Um ristretto por favor!


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Cafeína pode atrasar deterioração mental em idosas

25/08/2010

Café e Saúde !!


Cafeína pode atrasar deterioração mental em idosas

Resultado foi melhor em mulheres que bebiam mais de 3 xícaras/dia
A cafeína pode ajudar mulheres idosas a adiarem a deterioração mental, sugere uma pesquisa francesa recém-publicada.

Pesquisadores compararam mulheres com 65 anos de idade ou mais que bebem mais de três xícaras de café por dia a outras que bebem uma xícara ou menos.As mulheres que beberam mais café apresentaram menor deterioração da memória em testes num período de quatro anos.O estudo, publicado na revista Neurology, levanta a possibilidade de que a cafeína pode até proteger contra o desenvolvimento de demência.Os resultados se mantiveram mesmo se levados em conta fatores como o nível de instrução, pressão alta e doenças.EstimulanteA cafeína, alcalóide presente no café, é tida como um estimulante, mas este estudo parece sugerir que seus efeitos podem ser mais profundos.Mas a coordenadora da pesquisa, Karen Ritchie, do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica da França, advertiu contra conclusões prematuras."Embora nós tenhamos alguma idéia de como isto funciona biologicamente, nós precisamos entender melhor como a cafeína afeta o cérebro antes que possamos começar a promover a ingestão de cafeína como forma de reduzir o declínio mental", afirmou."Mas os resultados são interessantes - o uso de cafeína já é generalizado e tem menos efeitos colaterais do que outros tratamentos para o declínio mental e exige uma quantidade relativamente pequena para um efeito benéfico."O estudo, que envolveu 7 mil mulheres, não revelou que consumidores de cafeína tivessem uma incidência menor de demência.Homens"Nós realmente precisamos de um estudo mais longo para verificar se a cafeína impede a demência. Pode ser que a cafeína pode tornar mais lento o processo de demência ao invés de impedí-lo", disse Richie.Segundo a pesquisadora, não está claro por que o efeito de proteção não parece se aplicar a homens."As mulheres podem ser mais sensíveis aos efeitos da cafeína. Seu organismo pode reagir de maneira diferente ao estimulante, ou ele pode metabolizar a cafeína de forma diferente."
Fonte: BBC Brasil


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Olha quem está na caldeira! II

09/08/2010

Olha quem está na caldeira! II

Nesta semana um evento na Ford do Brasil em Camaçari foi regado a café desde as primeiras horas do dia.
Uma empresa Americana chamada Ticona Polymers montou um showroom para apresentar à Ford um polímero altamente resistente que pode substituir até mesmo o metal em muitas aplicações na indústria automotiva e em outros setores industriais como aviação, industria naval além de outras infinitas aplicações, segundo me informou o Narhari, um indiano que vive nos Estados Unidos e era ali, o reponsável pelo Marketing da Ticona Polymers.
Um grande evento com muito café, é muito melhor quando está cheio de amantes de café.
Ideologias à parte, o amor do povo americano pelo café me me anima. Muito interessante passar um dia num lugar onde a cada minuto chegam pessoas interessadas em saber sobre o café que está tomando e sobre o profissional que ali os está preparando. Ver como valorizam o barista e o café sobretudo, é tão estimulante quanto esta bebida.
Impressionante também como adoram o café brasileiro. Muitos que já haviam escutado falar sobre os cafés de especiais de Piatã ficavam loucos, chamando uns aos outros para beber aquele café, quando descobriam que o café que bebiam naquele momento era originário de tal região.
Os coffee lovers como se auto denominavam ali aqueles americanos, cercavam a estação ou vinham a todo instante pedir um capuccino ou um espresso, e por ali ficavam, apreciando a performance dos baristas as embalagens e aromas que saíma dela, e nos fuzilando com perguntas que tinhamos todo prazer em responder.
Quatro baristas, duas La Spaziale Special e muito café. Motivo para muita conversa entre apreciadores e baristas e entre baristas e baristas principalmente foi o que não faltou.
Em frente à caldeira estávamos eu, o André do Salvador Café, a Pricila e o Nei, barista que eu ainda não conhecia e que tem muito "jogo de cintura" para eventos, habilidoso.
Estrutura comum para eventos, água mineral em galão de 20 litros, bancada em "L" de madeira providenciada pela Ticona (que por sinal estava bem alta, 110mm), comprimento de 160mm na parte maior do "L" e 110mm na parte menor. Largura de 550mm um pouco incomoda para um trabalho saudável.
Inclusive, acho interessante mandar aqui um toque:
O trabalho em eventos é muito bacana, leva o barista para um outro desafio e lhe possibilita uma liberdade que talvez não encontre na cafeteria em que trabalha, além da possibilidade que ele pode ter de interferir muitas vezes na estruturação. Havendo antecedencia e liberdade para isto, o barista pode verificar itens como acomodações para o trabalho, opinando nas questões que poderam influenciar na sua performance, como por exemplo, a altura da bancada, recursos para o caso de se estar trabalhando com galões de água mineral e acontecer uma entrada de ar, posicionamento da bancada em relação ao ar condicionado, acesso e outros assuntos. Afinal de contas, num evento quanto mais se puder minimizar a necesidade de um improviso, melhor!
Portanto, estejamos sempre atentos, antendaos e bem relacionados para poder garantir a possibilidade de opinar na estrutura de um evento em que se vá participar. Muitos contratantes costumam pedir esta opinião para fazer o melhor possível para o seu evento.
Existem alguns padrões para uma bancada que ajudarão muito, caso você tenha abertura e conhecimento para orientar o contratante do evento.
Normalmente se utiliza uma máquina de dois grupos - o que não será uma regra - que tem um comprimento em torno de 700mm, profundidade em torno de 550mm a 600mm, além de um moinho e um knok boxmise en place e a preparação dos cafés, confecção do latte art - que n os eventos é uma atração muito desejada, e outros detalhes. A altura ideal fica entre 900mm a 950mm. Assim se garante uma boa performance, saudável e fluente. E vale também frisar que um bom espaço atras da bancada ajuda a acomodar melhor estoque de insumos, cooler, lixeira e evita encontrões entre baristas o que com certeza evita acidentes com pitchers quentes e desorganização. A instalação elétrica é um assunto de suma importância para a realização do evento. Verificar voltagem, a potência do aparelho e a corrente ( para determinar a corrente em que se vai trabalhar, considera-se 70% da potência da máquina), verificar a bitola da fiação (extensão) em relação à corrente elértica. Segurança é fundamental também, pois estamos trabalhando ali com alta temperatura (água quente) , energia elétrica, e outros elementos que requerem bastante cuidado. (caixa para borras), que normalmente é colocado ao lado da máquina. Estes têm uma largura entre 20mm e 30mm, o que pediria neste caso no mínomo, uma bancada com cerca de 830mm de comprimento e 600mm de profundidade. No entanto, é imprescindível um espaço complementar na bancada para a exposição de produtos, organização de insumos (açucar, adoçante, caldas) e um espaço confortável para o
A empresa que me contratou, neste caso, não estava muito atenta a alguns desses detalhes que creio, poderiam ter sido resolvidos se houvesse uma prévia análise. Mas não foram muitos os problemas e conseguimos (nós, baristas) com criatividade e bom senso solucionar a maioria deles na hora.
Evento transcorrendo, eu o André e a Pricila dividíamos as funções e revesávamos os postos. Enquanto uma mandava nos shots, outro vaporizava o leite e o outro ia preparando os capuccinos, e o Nei, sempre muito atento, assumiu o apoio total, mandadno muito bem nas reposições e tudo o mais que era necessário.
Equipe engajada e funcionando muito bem, não pude deixar de prestar a atenção em uma coisa. À frente de uma das caldeiras o André rodava o leite maravilhosamente bem! Impressionante o dominio que tem este barista calibrando a vaporização de acordo com a gigantesca variação de pressão da caldeira e no meio do turbilhão que é a movimentação frenética do ritmo de trabalho num evento daquele porte.
Além de estar muito bem familiarizado com essas variações e mandando cremas perfeitas não deixa a desejar quando vai para a xícara apresentar o seu pour free latte art.
O André é barista no Salvador café, um quiosque aconchegante no segundo piso do Salvador shopping. Querendo conferir, lá você o encontrará extraindo espressos, misturando café., leite e crema nos seus capuccinos tradicionais e decorados com rosettas and hearts.
Percebemos facilmente o amor do André pelo café e pela profissão. Pensa em competir novamente (esteve comigo no primeiro Norte-Nordeste de baristas em 2008), não sabe se estará lá neste ano. Mas tem muita consciência sobre a importância da técnica apurada e da necessidade de conhecimento sobre a nossa razão de existir, o café.
Tem muito interesse nos assuntos que circulam o café. Maravilhado, fala sobre a oportunidade que teve de visitar uma das fazendas que produzem o café Astro em São Paulo. Teve acesso à plantação, eqiuipamentos de beneficiamento, de classificação pode ver de perto um colorímetro em ação. Achei muito bacana o que me disse depois de descrever a sua visita à fazenda:
Todo barista deveria ter essa oportunidade, assim a gente entende melhor o café com o qual nós trabalhamos e trabalhamos com mais emoção e carinho.
Não deixe de ir conferir o trabalho do André no Salvador Café.
O evento acabou por volta das 19h depois de muitos espressos e cappucinos consumidos pelos coffee lovers americanos. O lugar esteve o tempo todo cheio de pessoas que adoram café.
Isso trouxe muito prazer para mim. Satisfeito com o dia e com a equipe. Quero agradecer a todos pelo show que demos.
Parabéns pelo seu trabalho, André!

Um ristretto por favor!

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Olha quem está na caldeira! I

15/07/2010

Olha quem está na caldeira! I


Há dois dias fui à rua resolver umas coisinhas.
Estava próximo ao shopping Iguatemi quando lembrei que o grande amigo e excepcional barista do Feito a Grão, Bruno Santos, agora integrava a equipe do Feito a Grão Iguatemi.
Com esta lembrança, percebi que havia recebido o chamado. Havia café no ar. E o melhor de tudo, bom café e preparado com extrema excelência. Não restaram dúvidas. Rumei naquela direção.
Olha como as coisa acontecem quando o deus Qahua* lança o seu chamado:
Entrando no shopping Iguatem encontrei um amigo que a muito não via. O Fábio estava trabalhando ali perto e estava desfrutando dos últimos trinta minutos do seu intervalo no expediente. Convidei-o para um café e descobri que ele não apenas aceitou para batermos aquele papo que a muito não acontecia, mas também porque é um amante desta bebida tão saborosa.
Fiquei realmente surpreso e feliz com a cara de alegria do Fábio quando pronunciei: Café...
Fomos entrando no shopping e relembrando os velhos tempos. Lembrando de outros amigos comuns que também não viamos mais e planejando um possivel encontro com esta equipe.
Chegamos ao Feito a Grão... Ô lugar bom de chegar...! Fui recepcionado como sempre pelo Jorge. Esse cara é a personificação do prazer de viver. O Jorge é um gerente daquela loja. Sou muito bem recebido em muitos lugares por onde ando, mas a recepção feita por este cara no Feito a Grão do Iguatemi... Simplesmente indescritível!
Ele já surge com um sorriso largo e acolhedor, lhe aperta a mão, e nos casos dos amigos (como tenho orgulho de ser), um abraço caloroso e verdadeiro. O Jorge lhe encaminha à sua mesa como se fosse a única naquele lugar e você se sente como o único e exclusivo cliente. émé
Além do Jorge, o Luciano, gerente também do lugar, sempre faz questão de receber muito bem e cumprimentar os seus clientes. deixando-os sempre muito à vontade. Mais reservado, porém um profisional dono de uma postura que qualquer estabelecimento gostaria de ter.
Isso sem falar de todo cast que nos atende naquela cafeteria que já é por si só um lugar aconchegante, e por conta dessas pessoas se torna extensão das nossas casas quando queremos ler um livro em plena tranquilidade acompanhado de um café, encotrar um amigo e tomar um café ou simplesmente, tomar um delicioso café.

Sempre me aproximo primeiro do balcão não consigo ficar longe da caldeira. Assim também é o Bruno. E lá estava ele. É sempre bom ver um profissional que gosta plena e verdadeiramente do que faz.
Escolhi uma mesa para mim e o Fábio, sentamos próximo â parede de vidro que dá para fora do shopping, pedimos um curto para mim e um longo para ele, que embora tivesse sido torrado a mais ou menos dois meses - coisa que sempre faço quesão de conferir - apresentou-se ainda muito bom. Conversamos muito sobre a vida. Ele, que agora só tinha vinte minutos, quis saber onde me encontrar e onde saber mais sobre o café especial. Falei-lhe da palestra que darei sobre o assunto mês que vem na Companhia de Talentos e sobre o curso que virá depois disso.
O Fábio logo precisou ir embora. Mas saiu deixando bem claro que tinha se apaixonado pelo que experimentou. Fez comentários que me deixaram muito satisfeito por vê-lo curioso e ávido por novas informações. disse que gostava muito de café, mas que nunca tinha provado um café especial. Detalhe, o Fábio é totalmente alternadivo e simpatizante férreo do movimento punk. Ninguém é tão punk que não possa se render aos encantos de um bom café.
Após me despedir daquele amigo que a muito não via, passei da mesa para o balcão. Fui ver de perto o trabalho do Bruno. Sentei num daqueles bancos cumprimentei o cara e passamos a tarde trocando idéias. O Bruno é um barista muito interessado pela nossa profissão e procura sempre estar antenado. Faz perguntas inteligntes , tira as dúvidas que tem e também tem muita informação para transmitir e transmite. Ligado o tempo todo no atendimento, Não deixa passar desapercebido um pedido sequer, dos que lhe chegam pela impressora ao lado da máquina. Falamos sobre grãos, leite, máquina moagem, processos e sobre a profissão. Mandando sempre os cafés, trabalha atento aos pedidos, â temperatura da máquina, â moagem, temperatura das xícaras, não lhe escapa um detalhe para que sempre conserve o alto padrão do seu atendimento e o do estabelecimento por consequênca.
Fera no Latte Art, o Bruno estuda as duas técnicas conhecidas, tanto o pour free como o etching e diz - enquanto decora mais uma xícara - - Adoro desenhar! E isso pode, ser comprovado a cada capuccino, latte ou até mesmo nos chcolates quentes que saem daquele balcão.
O Bruno é um barista que tem forte compromisso com a profissão e assim como eu, é um apaixonado pelo café. Procura se atualizar sempre e tem como próximo objetivo, visitar uma fazenda de café - lugar que considero de suma importância ser visitado por qualquer barista que leve realmente a sério a sua profissão. Tem muitas idéias e projetos e diz que também acredita no potencial deste seguimento na nossa terra, o estado da Bahia.
Também tem foco em campeonato, e se prepara diáriamente enquanto trabalha, estando atento a cada detalhe, agindo como se estivesse preparando aquele café para ser julgado na bancada. Exigente, se liga nos detalhes. E se uma xícara por algum motivo saí com pingo de café na borda, é motivo para ele mesmo pontuar a falha. Já está trabalhando a sua bebida para o próximo campeonato e espera ter grandes competidores para concorrer. Acredita que a cada ano o cast vem melhorando e que isso traz mais valor para a profissão diante dos empresãrios. Concordo com o Bruno, o campeonato pode não ser tudo para o barista, mas é uma boa vitrine para a profissão e para o café especial que é o mais importante ao meu ver.
Enquanto conversávamos, tomei mais um curto, e o brilho daquela crema e mais a sua textura e cor me fizeram observar aquele momento e perceber que estava bebendo um dos cafés que mais gosto preparado pelas mão de um dos grandes baristas que temos na nossa cidade, o Bruno Santos. Você já viu um tigre dentro de uma xícara? Não? Então peça ao Bruno que ele irá lhe mostrar. e não estou falando de Latte Art.rs
O expediente do Bruno estava no final, e devo dizer que o bom humor e a satisfação que ele ostenta todo o tempo não se esvai mesmo depois de um dia de intenso expediente. Muito pelo contrário, ele sai de lá com uma expressão que a mim pareceu uma vontade de que o outro dia logo chegasse para que pudesse estar ali novamente, mandandando seus espressos e Latte Arts.
Bruno Santos além de barista é músico percussionista e trabalha em frente â caldeira como quem toca uma sinfonia.

Parabéns pelo seu trabalho Bruno!

Um ristretto por favor!

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Escrito por Wylsel às 14h40








14/07/2010

O Scorcese do Café.

Este é um post especial. Colocado aqui exclusivamente para ressaltar a importância de um cara que conheço.
Um grande profissional, um grande barista.
Uma pessoa que é um dos grandes responsáveis pela mudança no cenário do conceito de café especial na Bahia.
Um barista, que promove o barismo e o café especial no nosso estado, pura e declaradamente por amor. Um cara sem o qual, não sei dizer se hoje teríamos tantos baristas formados trabalhando em cafeterias pela grande Salvador.
Um profissional e empresário, que com certeza posso dizer, tem grande parcela entre os revolucionários do café especial na Bahia.
Professor de barismo, o Anderson Pinto é o proprietário da Casa Café. Você sabia disso? rs. Eu sabia. E foi através deste cara que fui apresentado realmente ao café especial. Sem ele nada teria acontecido.
Num belo dia, a hoje também barista, além de chef de cousine e consultora gastronômica Paula Bandeira (eterna parceira), me falou sobre uma palestra que assistiu no SENAC Casa do Comércio. Deslumbrada com as palavras deste apaixonado pelo café, chegou a mim com um belo cartão de visitas em mãos onde se lia Casa Café e o nome do Anderson. Me falou tudo que tinha escutado e concluiu empolgada a conversa, me informando quando se iniciariam as turmas do curso de barismo do SENAC.
Eu, que naquela ocasião me encontrava mergulhado nas águas de Dionísio, o vinho, fiquei encantado com todas as informações que encontrei pela internet após saber sobre as coisas que ele, o Anderson, disse.
Até então em Salvador, não se falava em café gourmet, cafés especiais e muito menos em baristas. É até possivel que se falasse, mas, dentro de um mini grupo, que nunca se interesou em abrir ao publico estas informações. Ou, se teve interesse, nunca soube fazer. Ou não o fez com a devida expressão.
O que surgiu depois, surgiu depois.
Ele trouxe café, utensílios que muita gente que já trabalhava na caldeira a muito tempo nunca tinha visto ou sequer ouvido falar. sei disso por que após o curso passei por algumas cafeterias, e as pessoas que nesses lugares trabalhavam - algumas a muito tempo, mal sabiam extrair um espresso, e menos ainda o que era uma pitcher (preciso alegrmente frisar aqui, que muitas dessas pessoas hoje já fizeram o seu curso de barismo e conhcem todos ou a maioria dos utensílios). Trouxe um profissional pelo qual tenho grande estima e orgulho de também ter sido aluno, o Luis Fernando, barista do qual já falei no primeiro post deste blog. Um paulista que sempre teve todo suporte do Anderson e da Casa Café a ponto de pela Casa Café, chegar a ser o nosso atual Campeão Baiano de barismo.
O Anderson sempre me abriu caminhos. Eventos, cafeterias, conhecimento, apoio. E me fez contaminar com este amor que ele devota ao café e ao barismo. Foi atravéz dele que conheci o proprietário da fazenda onde fiz um longo estágio e pude ter contato com toda a cadeia produtiva. Lhe sou sempre muito grato por isto.
Tem uma bela história no seguimento e um coração gigante e até uma sutil ingenuidade, talvez por fazer parte da FAB (Força Aérea Brasileira), esta instituição deixa os caras um pouco "voadores". Talvez se tivesse sido um fuzileiro como eu...rs.
Sujeito Brincalhão, carioca original, gosta muito da Bahia. Lugar onde apostou todas as fichas, e assim continua fazendo até hoje.
Conhecedor, o Anderson é o único barista na Bahia certificado pela SCAE (Speciality Coffee Association of Europe ). E um dos dois únicos no Brasil.
Grande amigo, tem em mim um admirador do seu trabalho, persistência e respeito pelos baristas.
Poderia ser um mineiro, a julgar pelo comportamento de quem trabalha pelos bastidores, fomenta e faz acontecer, mas é mesmo da cidade do São Sebastião, Rio de Janeiro, hoje, um "baianoca" que merece uma placa na história do café especial na Bahia.
O diretor do filme Casa Café/ SENAC.
Obrigado por muitas coisas e um abraço forte ao Anderson Pinto.

Um ristretto por favor!


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Será Que Todo Barista Visita Cafeterias? I

16/04/2010

Será Que Todo Barista Visita Cafeterias? I




Eu visito cafeterias, e você?

Como falei no post anterior, sou um barista que ama café, aficionado. Me apraz degustar um espresso. Sozinho ou acompanhado, a qualquer hora.
Até mesmo à noite, se estiver num shopping ou local onde exista uma cafeteria onde sei que o serviço e o café me agradam pela qualidade, não é difícil que eu pare e beba um ristretto, que por sinal é a minha modalidade predileta.
Até já me conhecem por aí. E em determinadas cafeterias, por vezes me olham meio de lado quando chego. Devo dizer que na grande maioria delas sou muito bem recebido.
O fato é que, se paro num lugar desses, atraído pelo sedutor perfume de um arábica torrado com excelência e moído naquele instante, é por que tudo que quero realmente é saborear aquela porção de prazer que está no ar, e é claro, com todos os grandes predicados que ela pode oferecer para o meu deleite. Concordam?
Em nenhuma hipótese tenho a intenção de colecionar inimigos. Não mesmo! Muito pelo contrário, preciso que cada uma destas pessoas incumbidas desta maravilhosa função, em cada portal mágico destes, chamados cafeterias, onde se extraem este divino néctar, me amem, mesmo! Por que eu os amo a todos. Mas o que acontece, é que volta e meia me deparo com uns cafés... que vou te contar!
Quando digo: “uns cafés”, não estou me referindo à matéria-prima, ao grão, por que sei que este risco eu jamais correria, a não ser que quisesse - conheço os cafés disponíveis no mercado e sei exatamente onde encontrá-los, e sei quais devo beber e os que nem devo passar perto, por que já os bebi algumas vezes no intuito de conhecê-los e... nada pessoal, mas não são cafés que bebo (ainda tem muita cafeteria precisando repensar o produto que oferece ao seu cliente).
Assim, fica fácil entender que se o ristretto que na mesa esperei ansiosamente, me chega aberto, branco, com borda preta ou com quaisquer dessas características que nos fazem entender que não devemos esperar boa coisa daquela bebida ali na nossa frente, quando e se nos arriscarmos a bebê-la, alguém, que não é o produtor, fez alguma besteira.
E aí eu pergunto:
Quem é o responsável por isso?
E convictamente respondo:
O barista!
Sim! O barista! Muitos baristas se isentam de muitas responsabilidades e até não os culpo, por que sei que muitos deles não fazem a menor ideia do “pacote completo” das suas atribuições numa cafeteria. E sei também que muitos que sabem destas atribuições não tem a menor ideia do que é um café oxidado ou como e porque ele ficou assim, e menos ainda saberiam dizer em que período é que o café está em boas condições para ser usado a partir da data de fabricação (data da torra).

Aqui vai um toque de coração, para os meus amados colegas que por algum acaso não tenham conhecimento desta informação:

Uma série de motivos pode levar o café à oxidação ou acelerar o processo natural da mesma.
A exposição do produto ao ar por um tempo superior ao necessário para a sua manipulação é por exemplo um dos principais fatores aos quais o barista deve estar atento. A armazenagem é um outro.
A oxidação é um processo natural, inevitável, mas é possível conservar o café em bom estado por um tempo satisfatório conhecendo o “ciclo de vida” do grão torrado.

A partir do sétimo dia depois de torrado é que o café começa a mostrar suas características, pois é quando pára de emitir gases (CO e CO2), gases estes que podem mascarar essas características com aromas e sabor não muito agradáveis. Em torno do décimo quarto dia ele está no seu auge, está perfeito! Aí se consegue sentir cada nuance no aroma e no sabor da maneira mais clara que o café pode apresentar. E entrará num processo mais acelerado de oxidação, a partir do vigésimo dia depois da data de validade registrada na embalagem (que como já falei, é a data em que o café foi torrado). Considera-se que o café armazenado em embalagem valvulada – que é como normalmente são embalados os cafés em grão - tenha uma validade de até seis meses. Isso, de maneira nenhuma significa que este permaneça ainda com excelentes – ou mesmo bons, ou ainda aceitáves - sabor e aroma, após o período acima mencionado. Vale aqui lembrarmos que estamos tratando de cafés especiais. Eu diria que este café, para não ser desperdiçado, poderia de alguma forma ser aproveitado, mas nunca recomendaria a continuação do seu uso para a extração de espressos.

E é por isso meus caros, que por vezes sou obrigado a devolver o café que me é servido.
Não por puro capricho ou pretensão, ou ainda sem qualquer razão. Mas, além de outras razões, por que não sentei naquela mesa para pedir uma bebida que me fizesse contorcer o rosto a cada gole bebido. Quero beber um café delicioso, como foi prometido.
Não foi apenas uma, nem duas vezes que me serviram um espresso na mesa, e que só no olhar já pude perceber que não terminaria de beber aquilo – se começasse.
Em uma dessas vezes, por conhecer o produto, a máquina o leite e a reputação da cafeteria, considerei que se tratava de um deslize com a validade do produto. Eu havia pedido um machiatto, e o café rançoso e extremamente ácido, não se intimidou perante à doçura do bem vaporizado Batavo Origem numa belíssima La Marzocco. Reclamei. O atendente, me fez uma cara feia e tentou me convencer de que não havia nada de errado com o café. Perguntou-me se eu tinha posto açúcar na xícara, disse-lhe que não, e ele, com um sorriso no rosto e um ar superior de quem havia solucionado o enigma, retrucou:

- Ora, se não põe açúcar no café, é evidente que ele ficará amargo, né?

Rs, aquilo me arrancou um riso que eu nem quereria ter dado, mas que veio. Não que eu estivesse rindo daquele rapaz em posição heróica postado em minha frente com a bandeja de lado na mão. Mas ri, por ter pensado, que realmente temos muito o que trabalhar, temos que fazer o cliente conhecer o conceito gourmet de café. E para essas informações cheguem a esses clientes, têm que passar pelos atendentes que é quem de fato faz o último contato com o cliente depois que o barista termina o seu dedicado ritual em frente à caldeira. É desse funcionário que o barista certamente espera total apoio para esclarecer o cliente com as informações que diferenciam o café gourmet dos cafés comerciais comuns. Pois estando limitado pelo balcão não tem acesso a todos os clientes que chegam para degustar o resultado do seu trabalho.

Falei-lhe que o café deveria estar vencido e pedi que trocasse. O que ele se pôs a fazer, notoriamente insatisfeito, rindo e balançando a cabeça negativamente. Pontos a menos para o serviço neste lugar.
Tudo bem para quem gosta, mas beber café com açúcar... não é o meu caso. Conheço - como já falei, o resultado da equação: máquina + café + leite, usados naquele lugar, e sei que não existe motivo para colocar açúcar na xícara.
Será que aquele atendente não foi orientado neste sentido? E se não foi, porque não foi?!
Tudo bem, isso é um outro problema, que “não diz respeito ao barista”. (e é um bom tema para abordarmos num outro post – o conhecimento sobre cafés especiais em relação aos outros funcionários da cafeteria ).
Mas então,vamos a ele!
Encontrei um amigo no balcão e então fui até lá para cumprimentá-lo enquanto esperava o café ser trocado. Ao chegar ao balcão, o barista que estava ocupado vaporizando o leite para a minha bebida desculpou-se ao me ver e foi me informando que aquele café que tinha sido servido realmente havia passado da data de validade, que era o mês de novembro. Estávamos no início de fevereiro.

Esta é uma das mais importantes atribuições de um barista numa cafeteria, observar a validade dos grãos no estoque; ter o cuidado de, ao receber novo café no estoque passar pra frente da fila os grãos que por ventura ainda restarem do antigo estoque. Muita gente recebe novos grãos e já começam a utilizá-los negligenciando a data de validade dos grãos que já estavam no estoque e depois não sabem explicar o por que de ter usado grãos com validade vencida

Como barista sei que poucos clientes irão procurar saber detalhes sobre o que deixou a má impressão depois daquele café. Ele até quererá saber quem o fez talvez. E isso apenas para dizer: o café estava horrível! Por isso digo que devemos ser muito amigos quando encontramos alguém que vem, reclama e dá um toque. Por que – e já sabemos disto, se o cliente não gosta e não reclama e apenas paga e vai embora, é muito provável que nunca mais volte lá naquele lugar e ainda vai fazer questão de fazer uma propaganda negativa do lugar e/ou do café pra todo mundo. Se reclama, poderá voltar sim, muitas vezes. Basta que entendamos a reclamação que ele fez e analisemos se é fundamentada ou não. E se for amigos colegas, vamos tentar mudar e entender que foi nossa a responsabilidade pelo episódio. Por que acredito, que nenhum outro colaborador em uma cafeteria queira tanto que os espressos sejam sempre bem recebidos e elogiados pelos clientes e por todos, do que um bom e competente barista que ama o que faz.

Um ristretto por favor!


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Aquecendo a Maquina.

06/01/2010

Aquecendo a Máquina.






Olá a todos,
Sejam muito bem vindos ao 9bar!
Meu nome é Wylsel, sou barista em Salvador na Bahia há três anos. Estudava dedicadamente o vinho, quando descobri o qahua o vinho da Arábia. A minha formação básica foi através do SENAC Salvador, cujo professor é o mais recente campeão baianao de barismo, o vencedor da etapa Nordeste do ano de 2009, Luis Fernando. Excelente profissional do ramo, que sempre me deu suporte, mesmo após a conclusão curso, me esclarecendo possíveis dúvidas, me fazendo perceber o meu potencial e reconhecendo sempre o meu trabalho. Foi a mola propulsora para a minha entrada no mercado. Um curso que considero bastante capacitador para o individuo que deseja uma vaga no mercado de trabalho. Curso este, que me mostrou o lado brilhante do café o que me seduziu intensamente. Apesar de não ter visto na maioria dos meus colegas a mesma empolgação e deslumbramento que senti quando descobri o universo dos cafés gourmet - quero frisar bem o que disse, a maioria deles, por que é claro que muitos outros também tinham brilho no olhar a cada nova informação. Mas, entendo que cada pessoa tem um determinado nível de interesse por cada assunto. E, um dos motivos pela falta do mesmo brilho nos olhos de alguns colegas, acho que se explica por uma razão - que observei - e da qual falarei um pouco mais adiante.
Logo que conclui o curso tive algumas experiências em cafeteria, (até tive o meu nome divulgado no Guia Salvador da revista Veja de 2008 enquanto trabalhava na melhor em que já trabalhei, o CAFÉ.COM.NET no bairro de Ondina. Foi bem interessante!, rs, muitos começaram a ir ao café para me conhecer, e muitos viraram “habituès”! Falavam:então você é o cara da revista?! ) e pude perceber que o mercado aqui tinha muito a oferecer em crescimento para o profissional barista. Quando comecei na profissão, após o curso, já havia me transformado num aficionado por café – considerando que antes de conhecer a outra realidade que o café tem para mostrar, vivia intrigado com o fato de ouvir tanta gente falar de como era bom tomar uma xícara de café, e olha que eu tentei... Meu Deus, quanta azia!! Daí, por já ser um verdadeiro aficionado por vinhos e charutos o que me levou a estudá-los também com profundo interesse, tive a sorte de ser apresentado ao universo dos cafés gourmet. Sabores, aromas, cores e texturas e muito mais, coisas com as quais eu estava familiarizado e sempre amei. Saí pelas ruas caçando cafeterias e cafés diferentes, observando o trabalho das pessoas que trabalhavam na função do barista, entendendo então o por que de dificilmente conseguir beber na Bahia um café com sabor e requinte dos cafés mineiros e paulistas que eu já havia tomado na vida.
Foi o momento em que comecei a aperfeiçoar os meus estudos, me aprofundar e descobrir tudo que precisava saber, mas que no curso que fiz não era possível por se tratar de um curso básico de formação. Baseado nas coisas que aprendi neste curso fui destrinchando cada tópico aprendido. Busquei informações em todas as fontes que encontrei pela frente. E fui parar dentro de uma das mais bem conceituadas fazendas de café do Brasil. Lugar onde tive longo contato com o café desde o plantio até o momento em que ele sai da fazenda para o consumidor final. Aprendi os processos de colheita, beneficiamento, secagem, torra e embalamento. Tendo contato direto e prático com cada um desses processos. Mas este é um assunto que abordarei posteriormente com mais detalhes pois se trata de um estágio dos meus estudos que ainda não considero terminado.
Após ter entrado neste universo e iniciado minhas pesquisas de campo em cafeterias e afins. Depois de ter visto muita boca torta por ter devolvido muitos cafés “imbebíveis” como diz o meu professor, senti grande falta de cafeterias com qualidade, tanto nos profissionais quanto no produto que ofereciam. No entanto, olhando por outro lado, eu tive a felicidade e o orgulho de iniciar a minha vida como barista na Bahia no mesmo momento em que por aqui chegava o café gourmet e ver toda a metamorfose acontecer. Vi o momento em que os produtores voltavam suas atenções um pouco mais para o mercado interno regional e também em que passaram a oferecerem cafés de melhor qualidade dentro da nossa região. Quando os empresários baianos do ramo de cafeterias também começavam a deixar a resistência de lado e experimentar esta novidade, investir em qualidade abrindo mão aos poucos, da filosofia do só lucrar, para oferecer melhores serviços e produtos. Percebendo a evolução e as possibilidades de manter aquele lucro tão desejado, que viria como resultado de um investimento. E tudo isso – e eu vivi isso na pele - paralelo à aceitação – que não foi fácil, e talvez ainda não seja como deve ser - de um novo profissional que vinha invadindo as suas cafeterias, mostrando até para eles mesmos, alguns, empresários a mais de dez anos, tarimbados donos de “cafeterias”, que havia muita informação sobre café que, “por mais incrível que pudesse ser” eles não conheciam.
Tive a honra – apesar de muitos desapontamentos com situações que vi ocorrer ao meu lado e indiretamente comigo, por parte dos realizadores – de participar do factualmente histórico CAMPEONATO DE BARISTAS 2008 Etapa Nordeste, eliminatória para o Brasileiro de 2009 e que foi o PRIMEIRO CAMPEONATO DE BARISTAS DO ESTADO DA BAHIA no ano de 2008, etapa regional para o Campeonato Brasileiro de Baristas de 2009, quando em Salvador na Bahia, ninguém fazia a menor idéia do que se tratava. Foi um frisson! Apesar da pouca divulgação, que eu acredito que poderia ter sido maior – por se tratar de uma novidade que estava invadindo a cidade. Mas aconteceu no final do ano, numa área de movimento do Shopping Salvador, o que pode ter sido suficiente para mostrar quase tudo o que estava acontecendo para o público baiano – talvez eu não tenha considerado esta estratégia dos organizadores. Foi uma grande experiência. Tive torcida organizada, e um apoio incrível da Tatiana Jansen (empresaria e pessoa inigualável, lhe sou eternamente grato por todas as oportunidades) proprietária do CAFE.COM.NET, empresa que representei com orgulho, apoio este, que pelo que vi nenhum outro competidor teve da empresa que representava (e muitos deles vieram a mim para falar sobre isso, estavam impressionados). Nem mesmo das grandes cafeterias.
Pude participar entender o funcionamento, conhecer de perto algumas autoridades da área e perceber como elas trabalham e se articulam para a divulgação e o crescimento dos Cafés que tanto amam.
Como falei anteriormente, enquanto fazia o meu curso de barismo no SENAC Salvador, pude perceber que muitos dos meus colegas que ali estavam, pouco absorviam das informações passadas ou mesmo nada aprenderam, queriam que o curso terminasse o mais rápido possível para que pudessem retornar ao trabalho em uma cafeteria ou lanchonete com o certificado da instituição ou, como no caso de outros, desejavam o fim do curso para que pudessem preencher uma vaga prometida em algum estabelecimento onde se vendia café espresso ou expresso quem sabe...? (claro que isso não era culpa deles). Era curioso, que o meu aproveitamento no curso era motivo de admiração para alguns. Mas a questão era: eu estava lá – claro, por que queria trabalhar na área, mas antes de tudo, por que queria mesmo entender ao máximo este universo para poder exercer da melhor maneira a profissão que escolhi. Não achei que encontraria somente pessoas com o mesmo interesse que o meu. Mas é estranho pensar – pelo menos para mim o é – que pessoas vão a um curso de barismo, ou de vinhos ou charutos ou de qualquer coisa que lhes vá exigir um mínimo de sensibilidade do olfato ou do paladar ou ainda dos dois como é o caso aqui ou mesmo de qualquer tipo, e que estejam indo não como curiosos apenas, mas como profissionais e lá possamos perceber que aquele individuo não faz a menor idéia do que está fazendo lá dentro, e ele entra e saí do curso pensando e agindo em relação ao que “estudou” da mesmíssima maneira que pensava e agia antes de entrar no curso. Muitos diziam em alto e bom tom EU ODEIO CAFÉ!! Não vou dizer aqui que gostar de café realmente deveria ser um requisito de peso para quem vai iniciar um curso de barista, mas que seja, no momento da contratação de um profissional para uma cafeteria. Não que ele ame beber o café mas que saiba tratá-lo, que entenda a necessidade dos cuidados e não os considere “frescura”. Porque, se para beber existe a liberdade de optar pelo café com açúcar ou sem, para tratá-lo, assim como é no futebol, a regra é clara, não se pode cometer faltas. Assim, eu não pude deixar de perceber que o fenômeno causado pela deficiência no mercado de trabalho de maneira geral, não deixa ainda de afetar também esta área. O fenômeno ao qual me refiro é: "a escolha de um curso rápido e prático que garanta um emprego rapidamente e que pague razoavelmente. Ainda temos, e talvez nunca venhamos a extinguir esta maneira de encarar determinadas profissões. Talvez realmente existam cursos que tenham esse objetivo: Suprir uma busca desesperada por um trabalho. Mas definitivamente, a profissão de barista - assim como a de sommelier e outras tantas que têm determinadas exigências no que diz respeito ao conhecimento, no seu mais amplo sentido e fundamento, não pode ser considerada como tal. Não dá para ser. Talvez isso ainda aconteça, pelo fato de que antes de nos chegar o verdadeiro conceito de cafeteria, tínhamos - e ainda temos - pessoas que já trabalhavam nas máquinas de espresso na função do barista, fazendo "expressos e caputinos com espuma ou em pó " em lugares que vendiam cafezinho, média, pingados e outras coisas do gênero, lugares estes que pertenciam ou pertencem a empresários que compram qualquer café para por em suas máquinas, de preferência aquele que lhe traga maior margem de lucro. Sem perceber que boa parte desse lucro, se esvairia um dia na manutenção da sua caldeira ou dos grupos e hastes vaporizadoras.
Se hoje, um ano depois, isso ainda acontece, imagine naquele ano. E quando digo naquele ano, é mesmo como se fosse uma década, porque podemos comparar o que aconteceu em Salvador de lá pra cá, no mundo dos cafés, baristas e cafeterias, com as atualizações que acontecem com a informática. As coisas mudaram muito! Não digo que está tudo como deve ser, por que não está, mas como disse a Silvana Leite no Campeonato de Baristas 2009, etapa Salvador, do qual não participei, mas me fiz presente todos os dias para conferir de perto: A BASE ESTÁ PRONTA! - ela disse. E isso é verdade. Qualquer um que acompanhou essa caminhada, pode perceber claramente. Acho que estamos afirmados para o mercado mundial.
Antes, quando me perguntavam qual é a minha profissão, e eu respondia: sou barista! Após a minha resposta, ficava um silencio no ar, e logo depois a necessidade de dar uma explicação, e muitas vezes quando tinha pouco tempo, eu usava a velha equiparação ao especialista em vinhos. Eu dizia: Conhece o sommelier? Pois é, o barista é o sommelier do café. Era a melhor maneira que eu encontrava de explicar. Primeiro por que as pessoas conheciam muito mais e segundo por que eu concordo que existe um grande paralelo no trato de ambos os produtos. Daí, quando havia ou ganhava algum tempo por conta da curiosidade despertada com aquela resposta, seguia-se uma série de informações que eu tinha grande orgulho, e tenho sempre, de transmitir ao curioso e interessado interlocutor. Hoje, quando digo: sou barista! Tenho a grande felicidade de escutar dessas pessoas informações bem legais que já receberam a respeito da profissão que escolhi e amo.
A Bahia já sabe que nós baristas, existimos. Agora é a hora de nós mesmos entendermos fundamentalmente quem somos e para que viemos. Por que o valor que existe em cada grão colhido, no final das contas, vai estar somado ao valor que dermos a nós mesmos, quando na xícara o resultado chegar ao nosso cliente.

Um ristretto por favor!

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